Nas últimas duas semanas o Estado do Rio Grande do Sul vem enfrentando a maior tragédia por causas naturais de sua história. Até o presente momento 450 dos 497 municípios foram afetados pelos terríveis danos das fortes chuvas que causaram enchentes, inundações, deslizamentos de terra e a destruição completa de bairros, partes de cidades e rodovias em grande parte do território gaúcho.

Até agora os números da defesa civil apontam 147 óbitos, 125 pessoas desaparecidas, além de 806 feridos.

615 mil pessoas tiveram que deixar suas residências, sendo que 538 mil estão na casa de parentes e amigos e 79 mil encontram-se nos abrigos espalhados pela Região dos Vales, Serra Gaúcha, Região Metropolitana e Capital, Litoral e Sul do Estado.

Infelizmente não há previsão de quando as águas irão retornar aos leitos de rios, lagos e lagoas, sofrendo a população com as consequências das chuvas que somaram em apenas 18 dias no acumulado cerca de 40% do previsto para todos o ano de 2024. Como se não bastasse todo flagelo humanitário que a população do RS vem sofrendo há a possibilidade de que novas chuvas aumentem ainda mais os danos à fragilizada população.

Deve ser ressaltado que este é o terceiro evento climático de grandes proporções que atinge o RS desde setembro de 2023, não tendo muitas famílias e comunidades inteiras conseguido se recuperar dos prejuízos do ciclone extra tropical e das grandes chuvas anteriores.

Além de todo o inestimável prejuízo humanitário deve ser ressaltado que a tragédia afeta e afetará de maneira muito grave a economia do Estado e das famílias, retirando renda da população e gerando um perigoso efeito cascata com uma possível perda de empregos e aumento de preços dada a destruição de lavouras inteiras e da infraestrutura de transporte do Estado.

Não é demais ressaltar que os efeitos destas crises atingem também os servidores públicos federais, afetados pela perda de suas casas, automóveis e toda espécie de bens levados nas enchorradas.

Medidas capazes de mitigar os efeitos desta crise se fazem necessárias. Um exemplo importante neste sentido foi o adotado pelo Banco do Estado do Río Grande do Sul (Banrisul), que por determinação do Governo do Estado determinou a suspensão pelo menos até o mês de agosto deste ano da cobrança das parcelas de empréstimos consignados de seus servidores como forma de preservar a renda de suas famílias neste momento tão difícil.

Desta maneira requeremos a inclusão desta pauta nas reivindicações com o MGI e a discussão junto ao Ministério da Economia e os bancos públicos federais, em especial Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, estendendo a todos os bancos onde os servidores públicos federais podem realizar empréstimos consignados, para que seja ampliada a medida oferecida aos servidores estaduais do RS e possibilitando a suspensão do pagamento das prestações de empréstimos até pelo menos o mês de agosto de 2024 a todos os servidores federais.