Fonte: FASUBRA
Representantes da FASUBRA Sindical e de sua base participaram na última semana do Fórum Social Mundial Justiça e Democracia (FSMJD) e do Fórum Social das Resistências (FSR), que aconteceram simultaneamente, em Porto Alegre/RS. Um dos objetivos do FSMJD é a transformação do sistema de justiça e a consolidação de instituições nele envolvidas e comprometidas com os valores da democracia, da dignidade e da justiça social.
A Federação acompanhou diversas atividades e mesas, entre elas a mesa “Vítimas do Sistema de Justiça”, que contou com a ex-presidenta, Dilma Rousseff (PT); a líder indígena Fernanda Kaingang; a cofundadora do Coletivo Mãe de Manguinhos, Ana Paula Oliveira; a mãe de Marielle Franco, Marinete Franco; e o jornalista Luís Nassif. Charles Brasil, Elma Dutra, Herivelton Ferraz, Wellington Pereira, Sérgio Santos Neves, Eurídice Almeida e Zila Camarão. Em um dos painéis principais – Justiça, Democracia, Direitos dos Povos e do Planeta – a Federação também acompanhou a mesa “Democracia, arquitetura do sistema de Justiça e forças sociais”.
Para a coordenadora de Aposentados e Assuntos de Aposentadoria Elma Dutra, a participação da FASUBRA foi muito importante, principalmente em um momento de destruição da nação brasileira por um governo negacionista e sem compromisso com o povo, em especial, a classe trabalhadora. “Tivemos a oportunidade de discutir e dialogar com pessoas que sofreram e outras que ainda sofrem processos de dor, destruição, exclusão, golpes, perseguição como é o caso de indígenas, quilombolas, vulneráveis, lgbtqia+, desempregados, a ex-presidenta Dilma Rousseff, pessoas que formam a população brasileira e são desrespeitadas em seus direitos e em sua dignidade. Foram dias de intenso aprendizado, de muito companheirismo e de renovação de energias para os representantes da FASUBRA, que fazem diariamente a luta, o enfrentamento e o combate das desigualdades em nosso país”, destacou.
Na análise do coordenador de Educação Charles Brasil o fórum é um evento político que se tornou essencial para a luta dos povos brasileiros que vivem à margem das políticas públicas. “O FSMJD se tornou uma ferramenta que organiza e conscientiza o operário do campo e da cidade para a luta política. Não há garantia de direitos e efetividade da cidadania sem luta. Nossa Constituição, principalmente no que se refere às políticas sociais, só será implementada na resistência e na luta. A classe trabalhadora e a sociedade precisam compreender essa dinâmica da garantia dos direitos nas sociedades democráticas”, afirmou.
Um dos pontos altos do FSMJD, na opinião do coordenador de Políticas Sociais e Gênero Herivelton Ferraz, foi sem dúvida a mesa que contou com Dilma Rousseff. “Um ponto convergente foi o quanto o Brasil regrediu nas suas políticas sociais. A miséria que desde o golpe vinha dando as caras, neste governo ganhou destaque e notoriedade. Foram muitos os indicadores que mostraram o quanto estamos deteriorando enquanto sociedade. Daí, a necessidade de resistirmos coletivamente nestes tempos estranhos com Bolsonaro no poder. Quanto a articulação e prática de ações, ainda estamos amadurecendo a unidade na luta cotidiana. A segunda grande convergência neste evento foi a necessidade de trabalharmos pela eleição do companheiro Lula, pois é o único que atualmente reúne todas as condições necessárias para deslocarmos o fascismo da Presidência”, reforçou
Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora
O Brasil ocupa a 2ª colocação em mortalidade no trabalho, entre os países do G20, perdendo apenas para o México, segundo pesquisa do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho, elaborado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT), entre 2002 e 2020.
No painel do Conselho Nacional de Saúde (CNS) no FSR: “Proteger o Trabalhador e a Trabalhadora é Proteger o Brasil: agenda política estratégica para o SUS”, o coordenador Sérgio Santos destacou que a FASUBRA continua lutando por espaços em todas as frentes e não procura só se lamentar. “Temos que buscar espaço enquanto trabalhador porque é onde vamos apresentar nossos projetos e angústias. Mas temos que lamentar também, somos o 2º país em mortes de trabalhadaores ou de afastamentos, perdemos para o México. É muita morte, 2º lugar do mundo é triste, precisamos diminuir esse prejuízo. Claro, além dos relatos da COVID-19”, lamentou.
Zila Camarão, representante da Federação na Comissão Intersetorial de Recursos Humanos e Relações de Trabalho (CIRHRT), lembrou o ápice da pandemia e as dificuldades encontradas no período. “Trabalhei na linha de frente do Hospital Universitário João de Barros Barreto (Belém/PA), na clínica de infectologia, onde trabalho há 27 anos. Uma problemática foi a burocracia e não focar na prática. Teve um número muito grande de adoecimento na enfermagem. A orientação era passar para a rede de atendimento para depois voltar e ser atendido, sendo que a gente estava dentro do Hospital e cuidava da doença”, criticou.
A representante da FASUBRA Sindical no Fórum das Entidades Nacionais dos Trabalhadores da Área de Saúde (FENTAS) Eurídice Almeida disse que não tinha palavras para denominar o atual momento. “As universidades estão na mão de interventores. Mas o servidor técnico-administrativo não arrefeceu à luta. Estamos lutando diariamente, estamos combatendo cotidianamente perseguições e outras coisas. Inclusive precisei me aposentar precocemente”, declarou.
Outras atividades
Entre outras atividades, a FASUBRA também se fez presente na peça “Teatro do Oprimido e a Classe Trabalhadora”, no Centro Cultural Mario Quintana, com a participação do coordenador LGBTI Wellington Pereira.
“Nossa participação no FSM foi de grande importância para o exercício de Coordenação na Federação e de formação pessoal. Priorizei os debates da educação libertadora, situação econômica e políticas internacionais. Religiosidade no que tange intolerância religiosa. Diversidade de gênero, trabalho escravo, e o teatro do oprimido que traz a arte como elemento de transformação sindical”, afirmou.