Começou na última segunda-feira, 8 de novembro, o I Seminário Integrado da FURG. Organizado pelas entidades representativas das categorias da Universidade, APTAFURG (Técnic@s em Educação), APROFURG – Seção Sindical do Andes – SN (Docentes), DCE (Estudantes de graduação) e APG (Estudantes de pós-graduação) e reitoria, o evento tem como objetivo promover a discussão sobre as experiências vivenciadas na universidade, com atividades presenciais e remotas, no período da pandemia de COVID-19.

O Evento é consultivo e não deliberativo, e há uma grande importância para os debates de todos os sujeitos que fazem parte da comunidade universitária, pois a partir desses será possível realizar uma avaliação desse momento.

Na terça feira aconteceram duas mesas temáticas: Ensino e Aprendizagem e Saúde mental e física. Os participantes foram divididos em oito salas com em média de 50 pessoas em cada uma. 

Na mesa sobre Ensino e aprendizagem, realizada no turno da manhã, foram discutidos o contexto do ensino remoto e suas implicações nas atividades de ensino e de aprendizagem, a interação ‘virtual’ entre professor(a) e aluno(a) e as (im)possibilidades de aprendizagem e de formação humana e profissional críticas. Além dessas questões foram debatidas como as condições objetivas e subjetivas relativas ao trabalho educativo no período da pandemia e suas implicações para o ensinar e o aprender foram realizadas e quais foram os desdobramentos e resultados percebidos pela comunidade. 

No turno da tarde aconteceu a mesa temática Saúde mental e física. O objetivo da discussão foi dialogar sobre os desafios enfrentados pela comunidade acadêmica envolvendo sua saúde mental e física.

Dentre as diversas discussões que foram realizadas pode-se destacar a saúde física e menta, quel são integradas, coletivas e devem ser compartilhadas. Não significa que a preocupação de estar bem individualmente deva ser sobreposta ao bem-estar coletivo, pois esse deve ser protagonista. Diversos depoimentos, consensualmente, trouxeram o sofrimento das famílias, ocasionado pela COVID-19, e que além da pandemia, houveram outros fatores que provocam esse sofrimento como a crise econômica que milhares de pessoas vem enfrentando, a crise ambiental e tudo isso conectado levando à uma crise da saúde física.

Outro elemento que permeou os debates foi os benefícios e malefícios das tecnologias. Algumas perguntas sempre são feitas e precisam ser debatidas:  Qual o grau de adoecimento que foram vividos nesse período quando somos atravessados pelas tecnologias? Estamos juntos de quem está afastado quando estamos conectados, mas estamos separados de quem estamos próximos? É possível realizar diversas atividades ao mesmo tempo? Quando estou em uma reunião online, é saudável, ao mesmo tempo responder diversos e-mails, responder demandas de atividades, corrigir provas ou atender estudantes via aplicativos de mensagem? Até que ponto é possível fazer tudo isso com saúde mental e física? Essas perguntas foram mencionadas diversas vezes por quem estava participando do seminário e, certamente, também é feita por diversos sujeitos inseridos nesse processo. 

“Não temos mecanismos que nos permitam evitar o adoecimento das pessoas, fazer mais em menos tempo, há de existir um limite. É necessário que a universidade limite o tempo de trabalho dos servidores, não permitir, não incentivar que possa ter um trabalho com horário demasiado, e se tornando natural. Não podemos naturalizar o trabalho na madrugada, fora do horário de carga de trabalho. É necessário perceber a complexidade desse trabalho. Tem de haver um limite para que cada semestre o estudante possa ter uma carga horária adequada e sem uma quantidade imensa de disciplinas, pois dessa forma não há tempo de reflexão, de diálogo, de leituras e assim prejudicando o aprendizado”. Essa fala traz um bom resumo do impacto desse tempo pandêmico na saúde mental e física dos indivíduos. 

Como afirmam diversos participantes é necessário limitar o volume e racionalizar os espaços de trabalho, tanto de docentes, técnicos e estudantes, pois essa rotina de trabalho sem limites não tem efeitos positivos.

Nesse sentido é que surge um outro questionamento: E o retorno, como será? Que recursos teremos para se lidar com as questões de saúde como depressão, questões psicológicas, pois há uma necessidade real, concreta, pela busca de auxílio profissional e, como a Universidade está se preparando para esse momento?

Há um consenso no debate de que será necessário um grande aparato de profissionais da área da saúde para que o retorno presencial aconteça de forma equilibrada e tranquila. É urgente que a universidade pense e dialogue com as pessoas impactadas nesse processo e assim dessa forma mitigue os problemas que serão enfrentados nesse retorno, seja presencial ou híbrido, em um determinado momento.

PROGRAMAÇÃO

Amanhã, dia 11 de novembro, penúltimo dia do seminário, os grupos de trabalho vão discutir dois temas: “participação democracia e assédio” e “retorno presencial ou híbrido, segurança sanitária”.